E SE O BLOCO DEMOCRÁTICO FIRMAR COLIGAÇÃO COM O PRA-JA

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De acordo com as nossas fontes, a possibilidade de unidade político-eleitoral entre os líderes do BD e Abel Chivukuvuku não é nova. Sublinha-se que em 2012, antes de a CASA-CE ser tornada pública, havia uma negociação que visava a realização de um congresso constitutivo electivo, em que deveriam concorrer Abel Chivukuvuku e Justino Pinto de Andrade, sendo que o vencedor lideraria a organização. E se a fórmula for agora implementada com objectivo de contornar uma eventual negação da UNITA em transformar a FPU em coligação eleitoral de facto.

O exercício político deve ser conduzido com ética e princípio de solidariedade. E parece ter sido estes itens que terão levado os integrantes líderes da Frente Patriótica Unida (FPU) a sacrificarem alguns de seus desejos para conceberem a plataforma.

Adalberto Costa Júnior, o mentor do projecto, teve de enfrentar poderosos membros da UNITA para que o partido chancelasse a criação da plataforma. Ou seja, como em qualquer organização política democrática, os programas gizados pelo partido são aprovados pelos órgãos após proposta do líder ou de quem pretenda liderar a organização.

Ao concorrer a presidente da UNITA, quer no congresso de 2019, quer em 2021, esta última edição realizada em substituição da de 2019 por decisão do Tribunal Constitucional, Adalberto Costa Júnior propôs aos congressistas a concepção de uma plataforma que pudesse juntar várias forças na oposição, visando ser uma ameaça real à robustez do MPLA.

O programa enfrentou imensa oposição interna. Isaías Samakuva, antigo presidente da UNITA, fez saber este ano, depois de muito tempo em silêncio, que é contra a FPU.

Entretanto, apesar da oposição de peso, a FPU revelou ser um projecto político viável, sendo que por via da qual a UNITA obteve o seu maior resultado eleitoral de sempre. Conseguiu eleger 90 deputados, pelo menos de acordo com dados oficiais (contestados), além de ter conseguido ter deputados do partido em lugares chaves das comissões do Parlamento.

A condição que muitos dos altos quadros da UNITA impuseram a Adalberto para a criação da FPU, foi a de que a plataforma não pusesse em causa a bandeira, os símbolos e o nome da UNITA. Ou seja, que a FPU não se transformasse em coligação eleitoral formal, em que a UNITA, à semelhança de seus pares (BD e PRA-JA), estivesse incoberta sob slogans, nome e bandeira de uma coligação.

No período em que se concebeu a plataforma, o PRA-JA de Abel Chivukuvuku, não passava de um projecto que brigava pela sua legalização junto do Tribunal Constitucional. E há quem avente que a aceitação meio que fácil de Abel Chivukuvuku e seus pares e seguidores, de incorporar ao ‘galo negro’, resultou dessa então fragilidade.

Sendo agora um partido legal, suspeita-se que Abel Chivukuvuku poderá impor condições difíceis de engolir por parte da UNITA.

Porém, vale lembrar que, no início do ano, Abel Chivukuvuku, que falava no programa “Cruzei-me com a História”, realizado pelo Movimento Estudantil Angolano (MEA), na Casa da Juventude, em Viana, advertira, naltura em que o PRA-JA não havia ainda sido legalizados, que era difícil que a FPU fosse às eleições de 2027 nos moldes de 2022.

Entretanto, contrariamente ao PRA-JA, o Bloco Democrático encontra-se numa situação extremamente difícil.

Em 2022, o partido Filomeno Vieira Lopes colocou-se, no âmbito da FPU, à disposição da UNITA, sacrificando seu estatuto para concorrer nas fileiras da UNITA. Do ponto de vista legal, o BD não concorreu às eleições, e a Lei dos Partidos Políticos determina a extinção de partidos que fiquem duas eleições sem concorrer.

O BD deverá ser extinto caso vá às eleições de 2027 enquadrado na UNITA, no âmbito da FPU. O partido tem apenas duas soluções: ou concorre a solo (que também não é muito aconselhável, face à sua realidade numérica) ou junta-se a uma coligação eleitoral. E é aqui onde reside o problema. A ala conservadora da UNITA não quer ouvir falar em transformação da FPU em coligação – uma realidade que obrigaria a UNITA a abdicar de sua nomenclatura, bandeira e símbolos.

Solidariedade política precisa-se, sublinham alguns observadores.

E se o BD e o PRA-JA juntarem-se? De acordo com as nossas fontes, a possibilidade de unidade político-eleitoral entre os líderes do BD e Abel Chivukuvuku não é nova.

Sublinha-se que em 2012, antes de a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) ser tornada pública, havia uma negociação que visava a realização de um congresso constitutivo electivo, em que deveriam concorrer Abel Chivukuvuku e Justino Pinto de Andrade (então líder do BD), sendo que o vencedor lideraria a coligação.

ara alguns observadores, se os conservadores da UNITA se recusarem a aceitar que o ‘galo negro’ forme coligação no quadro da FPU, pode o BD, por uma questão de sobrevivência, criar uma coligação eleitoral com o PRA-JA.

Portanto, como referem os observadores, a política exige ética, visão e solidariedade.

CRÉDITOS:CORREIO DA KIANDA

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