JOVENS SEM FUTURO, FAMÍLIAS SEM ESPERANÇA, FOME E EXCLUSÃO SOCIAL COMO O PROBLEMA QUE NINGUÉM FALA 

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Nos últimos tempos, Angola tem vivenciado um agravamento do fosso entre ricos e pobres, refletindo um cenário de crescente desigualdade social. Em um contexto global de capitalismo liberal, onde as disparidades de riqueza se tornam cada vez mais evidentes, o país não escapa a esse problema, apesar de alguns avanços, como o aumento da produção nacional de alimentos. No entanto, a ausência de dados estatísticos confiáveis dificulta a análise precisa da situação, deixando-nos depender das percepções cotidianas. O que é visível nas ruas são os rostos de um povo desanimado, preocupado com o futuro do país.

Enquanto o aumento de produção alimentar nas áreas rurais oferece alguma esperança, especialmente com iniciativas como o “kwenda”, que tem contribuído para melhorar a vida nas zonas mais afastadas, a situação nas cidades é mais complexa. A falta de emprego, agravada pela falência de um sistema educacional inadequado, tem forçado muitos a recorrerem ao mercado informal para garantir a sobrevivência. A taxa de desemprego entre os jovens é alarmante, refletindo a incapacidade da economia de gerar postos de trabalho suficientes para atender a uma população em constante crescimento.

Um exemplo visível dessa crise social foi encontrado em uma visita a uma instituição bancária de luxo na cidade, onde um segurança, impecavelmente uniformizado, expressava, sem palavras, as dificuldades enfrentadas. A resposta dele à pergunta “Está tudo bem?” foi clara e direta: “O problema é a fome”. Uma realidade que transcende a aparência tranquila daquele homem e revela uma grande frustração em um país que ainda luta para garantir o bem-estar de sua população.

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