As Forças Armadas Angolanas (FAA) enfrentam uma grave crise financeira e operacional, marcada por unidades carentes de materiais, alimentação precária e atrasos nos salários. Essa situação leva militares a buscar rendimentos alternativos, enquanto práticas de corrupção, como a venda de recursos no mercado paralelo, se tornam comuns.
Em contraste, a Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e a Unidade da Guarda Presidencial (UGP) têm sido beneficiadas com melhores condições salariais e técnicas, reforçando sua posição como “guardiões do regime”.
Especialistas apontam que o enfraquecimento das FAA pode ser estratégico, visando reduzir seu potencial como ameaça ao poder estabelecido. Paralelamente, medidas de partidarização e exclusão de oficiais ligados à UNITA intensificam críticas à gestão de João Lourenço, acusado de abandonar o espírito de reconciliação promovido por José Eduardo dos Santos.
A marginalização de militares experientes e a predominância de oficiais ligados ao MPLA levantam questionamentos sobre a operacionalidade das FAA e reforçam percepções de que o regime busca consolidar seu controle político e militar.