CORRUPÇÃO E CLIMA: ANGOLA ENTRE OS PIORES NO ÍNDICE DE PERCEPÇÃO

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Angola foi identificada como um dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com uma classificação negativa no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2024, divulgado pela entidade não governamental Transparência Internacional. O relatório avaliou 180 nações, atribuindo pontuações que variam de 0 (muito corrupto) a 100 (muito transparente).

Cabo Verde se destacou como o país da CPLP com a melhor classificação, alcançando 62 pontos, seguido por Portugal com 57. Outras nações da CPLP apresentaram resultados preocupantes: São Tomé e Príncipe obteve 45, Timor-Leste 44, Brasil 34, Angola 32, Moçambique 25, Guiné-Bissau 21 e a Guiné Equatorial fechou a lista com apenas 13 pontos.

A Transparência Internacional destacou que mais de dois terços dos países analisados não conseguiram alcançar uma pontuação superior a 50, evidenciando uma crise generalizada de corrupção. O relatório também enfatizou a relação entre a qualidade das democracias e a percepção de corrupção, com democracias plenas apresentando uma média de 73 pontos, enquanto regimes não democráticos caíram para 33.

No contexto da África, a corrupção é frequentemente associada a regimes autoritários e à fragilidade das instituições democráticas. O relatório cita países como o Sudão do Sul, a Somália e a Venezuela como os que possuem as piores classificações.

A ligação entre corrupção e crise climática foi um dos pontos centrais do documento. A Transparência Internacional alertou que a corrupção não só agrava os desafios das mudanças climáticas, mas também impede a implementação de políticas eficazes. A falta de transparência e de mecanismos de responsabilização pode resultar na má alocação de recursos destinados à adaptação climática, afetando desproporcionalmente as comunidades vulneráveis.

Por fim, a organização fez um apelo à necessidade de reformas que incluam medidas anticorrupção robustas. A eficácia dos acordos climáticos globais, como o Acordo de Paris, depende da implementação de ações que garantam a inclusão e a participação pública em iniciativas climáticas. A luta contra a corrupção, portanto, é vista como essencial para o enfrentamento da crise climática, ressaltando a interconexão desses dois fenômenos globais.

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