FMI DIZ ESTAR ´´ PREOCUPADO´´ COM ESCÂNDALO FINANCEIRO NA AGT

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O representante residente do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola defendeu a necessidade de se ampliar a base de dados do IVA e encara com preocupação o escândalo financeiro na Administração Geral Tributária (AGT), pelo que garante a sua disponibilização para um auxílio do ponto de vista técnico para evitar que desvios do género se repitam.

”Lamentamos e estamos igualmente preocupados com o que aconteceu na Administração Geral Tributária, e estamos disponíveis para ajudar o Ministério das Finanças a prevenir acções futuras como estas com conhecimentos técnicos e administrativos”, assegurou Victor Lledo.

De acordo ainda com o FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) do país, registou, em 2024, conheceu um crescimento de 3,8%, devido a recuperação do sector petrolífero.

A recuperação da economia no referido ano, ampliou-se ao sector não petrolífero, superando as projecções anteriores, segundo um Relatório da Consulta à Angola levada a cabo pelo FMI, apontando ainda que a relação divida pública versus PIB, caiu em 2024, beneficiando-se de um maior crescimento nominal, do Produto Interno Bruto e superavits primários sustentados.

Durante uma conferência de imprensa, que teve como objectivo uma breve apresentação do relatório, o representante residente do FMI em Angola, salientou que o documento aponta que a inflação no país permaneceu elevada, impulsionadas por pressões cambiais e preços mais elevados dos produtos alimentares.

Para Victor Lledo, as expectativas adversas do mercado e um alto serviço da divida Externa continuam a pesar sobre a taxa de cambio, mas que a gestão activa da tesouraria e da divida do Governo contribuíram para mitigar as pressões de liquidez.

Sobre o assunto, o economista José Lumbo defendeu que o crescimento do PIB deve se reflectir na recuperação significativa do poder aquisitivo das famílias angolanas, com impacto positivo na geração de empregos e geração de rendimentos bem como a sustentabilidade das finanças públicas.

O especialista apontou a redução da taxa de inflação como sinais saudáveis para economia resultado do crescimento do Produto Interno Bruto.

José Lumbo afirma ser altura de se olhar para os benefícios que estes crescimentos podem trazer à economia nacional e às famílias angolanas.

Sobre o IVA, o economista alertou para que se preste uma maior atenção a questão da recomendação do FMI sobre o alargamento da sua base, pelo que esclarece que Angola precisa envolver mais participes no capítulo das contribuições e não na perspectiva do aumento do valor percentual.

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