O Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) e a Associação Angolana de Bancos (ABANC) assinaram, quarta-feira, em Luanda, um protocolo de entendimento e cooperação para facilitar o acesso da classe empreendedora ao financiamento da banca comercial.
PCA do INAPEM, João Nkosi, e o seu homólogo da ABANC, Mário Nascimento, assinam o acordo © Fotografia por: Luís Damião | Edições Novembro
O protocolo, que tem como objectivo o apoio técnico e formativo, foi rubricado pelo presidente do Conselho de Administração do INAPEM, João Nkosi, e pelo seu homólogo da ABANC, Mário Nascimento.
À imprensa, o PCA do INAPEM, João Nkosi, realçou que, no âmbito das várias iniciativas de apoio ao financiamento, o Instituto tem o registo de mais de 500 processos já constituídos e que estão a concorrer para as linhas de financiamento.
Nos últimos três anos, no domínio da constituição de dossiers de crédito, mais de três mil operadores passaram pelo INAPEM, dos quais dois mil conseguiram obter financiamento, disse.
João Nkosi destacou que muitos destes processos são de empresários que não estão ainda em condições para requererem financiamento à banca, precisando de apoio técnico das instituições intervenientes no processo.
Face às várias preocupações que os empreendedores têm estado a apresentar junto do INAPEM, o sector decidiu desenvolver esta acção, que visa facilitar a classe a aceder às linhas de financiamento para a execução de projectos.
Os empreendedores da “Economia Criativa”, disse, é uma área que tem registado a entrada de muitos jovens com projectos que visam desenvolver a sua actividade.
As startups ligadas ao sector das Tecnologias de Informação têm, também, apresentado dificuldades, sobretudo, na constituição dos processos para pedido de financiamento.
O INAPEM, segundo sublinhou João Nkosi, conta na sua base de dados cerca de 45 mil micro, pequenas e médias empresas certificadas, muitas das quais têm apresentado enormes dificuldades no acesso aos processos para o financiamento.
O responsável disse que um dos principais focos da cooperação com a ABANC será capacitar os técnicos no sentido de terem competências para responder aos vários desafios.
Prioridades
João Nkosi garantiu que o INAPEM vai, igualmente, disponibilizar o serviço da formalização e de assistência técnica para apoiar os empresários na constituição de dossiers de crédito, serviço de acesso ao financiamento junto à banca, serviço de certificação à luz da Lei 30/11, o serviço “Feito em Angola” e por fim a formação, que é um processo fundamental para um gestor ter sucesso.
“São seis serviços que vamos disponibilizar para que o gestor consiga alavancar a sua empresa”, frisou, realçando que as pequenas indústrias são a prioridade no processo para que continuem a apostar na produção nacional.
O gestor espera, a curto prazo, resultados satisfatórios, reforçando que a cooperação com a ABANC teve início em 2023, a pedido da classe empreendedora que todos os dias recorre à banca para pedir crédito.
Preparação dos projectos
Para o PCA da ABANC, Mário Nascimento, a cooperação com o INAPEM será implementada através de várias plataformas, com realce para a capacitação dos empresários na preparação dos projectos para que possam ser abancáveis.
O acordo, explicou Mário Nascimento, cinge-se na desadequação dos projectos, inserindo os principais requisitos a cumprir antes da entrada do processo no banco.
“Falamos dos pequenos e médios empresários, que em algumas situações não compreendem as técnicas exigidas pelos bancos, incluindo a linguagem técnica, o que faz com que os mesmos tenham dificuldades em apresentar projectos junto da banca”, frisou, depois de destacar que a ABANC controla 23 instituições.
Quanto ao financiamento, Mário Nascimento sublinhou que o essencial da acção visa apoiar as empresas a preparar os projectos. “Os empresários acabam sempre por apresentar junto da banca projectos que não contêm as informações exigidas para a avaliação do projecto”, sublinhou.
O responsável garantiu que com o acordo assinado, a sua implementação será imediata, e que estão a ser criadas as condições para que o trabalho seja feito em conjunto e sem constrangimentos.
