Maria Luísa Abrantes, ex-membro influente do MPLA nos anos 80 e mãe de Tchizé dos Santos, fez duras críticas ao rumo do partido sob a liderança de João Lourenço. Em seu texto, Abrantes destacou que o MPLA teria se transformado em um “sobado”, um sistema tribal que concentra poder em detrimento do progresso coletivo.
Segundo ela, desde Agostinho Neto, o partido promoveu o populismo, afastando intelectuais e favorecendo líderes com pouca qualificação, perpetuando uma cultura de mediocridade. Além disso, acusou muitos dirigentes de serem oriundos de famílias pobres e zairenses, desconectados da identidade nacional, e criticou a falta de meritocracia no partido.
Abrantes conclui que o MPLA vive uma crise de identidade, dominado por lealdades cegas e práticas personalistas, alertando que, sem mudanças profundas, o partido poderá se tornar irrelevante.