Os preços de diversos produtos essenciais para as famílias angolanas apresentaram uma redução média de 3% nos mercados informais em janeiro de 2025, em comparação com dezembro, quando a especulação habitual durante a quadra festiva elevou os preços. Em contraste, os preços nos mercados formais aumentaram em 1%, conforme análise realizada pelo jornal *Expansão* em diferentes praças e hipermercados da capital.
A pesquisa abrangeu 18 produtos nos mercados informais Catinton e Asa Branca, além de 11 itens em hipermercados como Kero, Candando e Maxi. A leve queda nos preços informais é atribuída à diminuição da especulação que ocorre após o período festivo, que tradicionalmente causa uma alta demanda e consequente aumento de preços.
Apesar da ligeira queda, comerciantes e consumidores expressaram descontentamento, temendo que essa redução seja temporária, e muitos não perceberam os benefícios nas compras diárias. Por exemplo, produtos como ovos, feijão manteiga, sal grosso e vinagre tiveram quedas significativas, de até 20%, mas ainda assim, a percepção de melhoria é escassa entre os consumidores.
Felícia José, uma dona de casa, relatou dificuldades em adquirir produtos básicos devido à estagnação dos salários, especialmente em relação aos alimentos congelados, que são majoritariamente importados. Ela também mencionou o aumento da criminalidade, compartilhando uma experiência pessoal de assalto. Outra consumidora, Francisca, destacou o alto custo de itens como óleo, coxas de frango, arroz e açúcar, essenciais para a dieta familiar. Com o orçamento apertado, ela se vê forçada a substituir alimentos mais caros por opções mais acessíveis, como verduras e peixe seco.
O aumento dos preços e a diminuição do poder de compra, juntamente com o elevado índice de desemprego, estão contribuindo para o aumento da miséria, da criminalidade e da vulnerabilidade social em Angola. A situação exige atenção urgente, pois muitas famílias enfrentam desafios crescentes para atender às suas necessidades básicas.
